💬 Ser gentil é ter coragem: o paradoxo da verdadeira força na liderança
Ainda é comum no mundo corporativo ouvir elogios como:
“Ela tem personalidade forte.”
“Ele não leva desaforo pra casa.”
“Sabe se impor.”
Em muitos contextos, ser um líder “forte” ainda é sinônimo de rigidez, rispidez e controle.
Mas será que essa é mesmo a verdadeira força?
A liderança que inspira e transforma não nasce do medo, da imposição ou da dureza.
Ela nasce da coragem de ser humano.
De se conhecer, confiar na própria força interna e, a partir dela, agir com gentileza, firmeza e respeito.
⚖️ A confusão entre força e dureza
Durante muito tempo, aprendemos a associar autoridade com dureza.
Líderes mais empáticos ou cuidadosos muitas vezes são vistos como “fracos” ou “bons demais”.
Existe uma crença silenciosa de que ser gentil é se anular, perder o controle da equipe, ou ser menos respeitado.
Na prática, o que vemos é o oposto: líderes que se apoiam na rispidez geralmente estão operando a partir do medo — de errar, de parecer fracos, de perder o controle.
Usam a armadura da dureza para esconder a própria vulnerabilidade.
🧭 Medo como base cultural? O custo invisível
E quando olhamos para a Cultura Organizacional, operar com base no medo tem um custo alto.
Empresas guiadas por controle excessivo, punição, silenciamento ou desconfiança tendem a desenvolver culturas defensivas e rígidas, onde o foco está mais em se proteger do que em criar, colaborar ou evoluir.
Ferramentas como o diagnóstico cultural do Barrett Values Centre nos mostram isso com clareza: altos níveis de medo e rigidez costumam estar associados à entropia cultural elevada — uma medida do quanto da energia da organização está sendo desperdiçada em comportamentos improdutivos, como competição interna, politicagem, culpa e falta de reconhecimento.
Ambientes assim consomem a energia das pessoas.
Lideranças que operam pelo medo drenam vitalidade, sufocam talentos e paralisam o potencial coletivo.
🌿 A verdadeira força é silenciosa, segura e gentil
Ser gentil exige coragem.
Coragem para escutar, validar, acolher — mesmo quando isso exige rever sua própria posição.
Coragem para confiar nos outros e também em si mesmo.
Coragem para sustentar conversas difíceis com firmeza e empatia ao mesmo tempo.
Como já cantava Renato Russo, na música Há Tempos:
“Disciplina é liberdade / compaixão é fortaleza / ter bondade é ter coragem.”
Essa é a força madura:
✔️ Não precisa se impor para ser reconhecida
✔️ Lidera com presença, não com ameaça
✔️ Corrige sem humilhar
✔️ Inspira, porque respeita
🤝 Gentileza não é passividade
Líderes gentis tomam decisões difíceis, dão feedbacks sinceros, enfrentam situações desafiadoras.
Mas fazem isso de um lugar interno mais firme, mais íntegro.
Não reagem por impulso — escolhem responder com consciência.
Criam ambientes de confiança.
Ambientes em que é possível errar, aprender, conversar, discordar e crescer.
✨ E você?
• Que tipo de força tem praticado na sua liderança?
• Sua presença inspira confiança ou medo?
• Você consegue ser firme sem ser ríspido?
Talvez esse seja o novo nome da força.